Patologias Cirúrgicas

Cirurgião especializado para que você tenha um procedimento cirúrgico com segurança e eficiência.

O que é a apendicite aguda?

Apendicite aguda é uma inflamação do apêndice cecal devido proliferação de bactérias no seu interior causando no paciente um quadro de infecção. O apêndice é uma estrutura tubular de fundo cego, de mais ou menos seis centímetros, que se localiza na porção inicial do intestino grosso (ceco). Quando ocorre sua obstrução, acontece a crise de apendicite aguda.



Quais os sintomas da apendicite?

No início o paciente pode apresentar náuseas, dor abdominal difusa e febre baixa. Algumas horas depois, a dor se localiza na parte inferior do abdome à direita. Podem ocorrer outros sintomas menos comuns como diarreia, dor ou ardência ao urinar, além de distensão abdominal. Outras doenças podem provocar sintomas semelhantes à apendicite, como as doenças ginecológicas, infecção urinária e infecções intestinais.

Como se diagnostica a apendicite aguda?

Geralmente, a apendicite é diagnosticada apenas com os dados fornecidos pelo paciente e com o exame físico feito pelo médico. Quando existe dúvida podem ser solicitados exames de sangue, urina, ultra-sonografia ou em casos duvidosos, tomografia computadorizada.

Qual o tratamento da apendicite aguda?

O tratamento da apendicite é sempre cirúrgico. A cirurgia consiste em retirar o apêndice (apendicectomia). Pode ser feita laparotomia ou por laparoscopia. Com os avanços da tecnologia, a apendicite pode ser tratada com este método sem a necessidade de uma grande incisão na parede abdominal.

Quais os riscos da apendicectomia laparoscópica?

Como em qualquer cirurgia, na apendicectomia também existem riscos. Complicações que podem ocorrer são: hemorragia, infecção envolvendo a ferida ou abdome, lesões de órgãos vizinhos como a bexiga, intestino, vasos sanguíneos ou nervos.

O que eu posso esperar após a cirurgia?

No dia da alta hospitalar, você será informado de todos os cuidados para sua melhor recuperação. Tome a medicação seguindo a receita que você recebeu. Evite levantar objetos pesados e atividades físicas intensas. Andar a pé e subir pequenos lances de escadas é bom para melhorar a sua circulação, mas evite excessos.

Evite dirigir durante os primeiros sete dias após a cirurgia.


O que é a vesícula biliar?

É um órgão situado sob o lobo direito do fígado.

Sua principal função é coletar a bile produzida pelo fígado e armazená-la.

Quando a pessoa se alimenta, a vesícula biliar se contrai liberando a bile, a qual passa por um canal chamado colédoco, até chegar ao intestino e encontrar o alimento.




O que causa problemas da vesícula biliar?

O principal problema da vesícula biliar está associado a presença de cálculos. São pedras de tamanhos e números variados, geralmente formadas a partir do colesterol e/ou sais biliares contidos na bile.

É ainda incerto o porquê certas pessoas formam pedras e não há maneira de prevenir que as pedras se formem.

Estas pedras podem bloquear a saída da vesícula biliar, impedindo o fluxo natural da bile, ocasionando um aumento da pressão dentro da vesícula, levando a um inchaço (edema) e consequentemente a infecção e dor. Este estado é conhecido como colecistite aguda. A pessoa apresenta uma dor intensa tipo cólica em baixo da costela direita, com vômitos e posteriormente febre.

Se uma pedra pequena conseguir passar para o canal da bile a pessoa pode ficar amarela e ter complicações graves.

Como estes problemas são diagnosticados?

A ultrassonografia abdominal é o método de escolha para o diagnóstico. Em alguns casos mais complexos, outros exames radiológicos são necessários.

Cálculos (pedras) de vesícula não desaparecem com o tempo, assim não existe outro tratamento que não seja a cirurgia.

Como estes problemas são tratados?

No passado...

Quando seu cirurgião recomendava uma operação de vesícula biliar, a cirurgia era realizada através de laparototomia (corte de mais ou menos 10 cm). É um procedimento ainda realizado, mas que traz mais dor, riscos de infecção além de uma recuperação mais lenta (internação hospitalar por 3 dias e sem poder voltar as atividades normais em menos de 6 semanas).

Atualmente

A remoção da vesícula biliar é uma das cirurgias mais praticadas, e a maioria já é realizada por via laparoscópica. O termo médico para este procedimento é colecistectomia videolaparoscópica. A cirurgia é realizada através de quatro pequenos orifícios, sendo dois de 1cm, e dois de 0,5cm no abdômen. A dor pós-operatória é muito menor que a da cirurgia convencional.

Geralmente o paciente fica um dia internado no hospital e retorna às atividades normais em 10 a 15 dias.

Como é realizada a retirada da vesícula biliar?

O paciente é operado com anestesia geral. Logo então é feita uma pequena incisão no umbigo onde é introduzido uma agulha para encher a cavidade abdominal de gás CO2. A intensão é criar um espaço para que a cirurgia possa ser realizada. Introduz-se quatro trocateres por onde passarão as pinças laparoscópicas que realização o trabalho das mãos através de pequenas incisões. Após a ligadura das estruturas (ducto cístico e artéria cística) a vesícula é deslocada do fígado e retrirada pela incisão umbilical.

Quais são os riscos da operação?

Colecistectomia laparoscópica é um procedimento muito seguro e comum.

Estima-se que se fazem cerca de 700.000 dessas operações por ano nos Estados Unidos. No entanto, como em qualquer outro procedimento cirúrgico, as complicações podem ocorrer, como o sangramento e a infecção. Menos comumente podem ocorrer lesões de órgãos vizinhos ou dos canais biliares.

Na presença de algumas condições, a operação pode requerer a conversão de uma laparoscopia para uma colecistectomia aberta.


O que é a Doença do Refluxo?

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das mais importantes afecções digestivas, tendo em vista as elevadas e crescentes incidências, a intensidade dos sintomas e a gravidade das complicações. É definida como sendo a condição que se desenvolve quando o refluxo do conteúdo gástrico causa sintomas e ou complicações.

É uma das causas mais freqüentes de consultas gastroenterológicas.



Sintomas

Os sintomas típicos relatados pela maioria dos pacientes são pirose e regurgitação ácida. A pirose é a sensação de queimação retroesternal. A regurgitação ácida é o retorno do conteúdo ácido até a cavidade oral.

Se o paciente apresenta estes sintomas no mínimo duas vezes por semana, em período de quatro a oito semanas ou mais, o diagnóstico da DRGE deve ser suspeitado.

Além dessas, existem as manifestações atípicas, sendo as mais referidas a dor torácica não coronariana, as respiratórias (tosse e asma brônquica), as otorrinolaringológicas (disfonia, pigarro e sensação de globo faríngeo) e as orais (erosão dental, aftas, halitose).

Causas

O mecanismo facilitador do refluxo gastroesofágico mais relevante é o relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago (RTEIE).

Outros fatores estão implicados na fisiopatologia da DRGE:

  • hipotonia do esfíncter inferior do esôfago (EIE)
  • alteração na barreira anti-refluxo gastroesofágico decorrente da hérnia hiatal
  • peristaltismo esofagiano inadequado
  • lesão da mucosa esofagiana
  • obesidade, gravidez e uso de estrógenos.

Complicações

Os portadores da DRGE, podem apresentar complicações, tais como esôfago de Barrett, estenose péptica e hemorragia.

Outra complicação grave é a estenose péptica, sendo mais frequente naqueles com esofagite grave.

A hemorragia é a complicação menos frequente, sendo provocada pelas úlceras esofagianas.

Métodos diagnósticos

A principal ferramenta para o diagnóstico da DRGE é a história clínica.

Endoscopia digestiva alta

É o exame de escolha na avaliação de pacientes com sintomas da DRGE, A complementação do exame endoscópico com biópsia não deve ser conduta de rotina, estando reservada para situações especiais, tais como estenose, úlcera e esôfago de Barrett.

Manometria esofágica computadorizada

A manometria esofágica não é utilizada para fins diagnósticos; porém, ela fornece informações muito úteis ao avaliar o tônus pressórico dos esfíncteres esofagianos e a atividade motora do corpo esofágico.

pHmetria esofágica prolongada

Método específico e sensível para o diagnóstico de refluxo gastroesofágico e sua correlação com sintomas.

Teste terapêutico

Nos pacientes com menos de 40 anos, com queixas típicas de DRGE e sem manifestações de alarme pode ser instituído o tratamento com inibidores de bomba de prótons em dose plena por quatro semanas, associado às medidas comportamentais

Tratamento

A abordagem terapêutica da DRGE inclui duas modalidades: o tratamento clínico e cirúrgico.

Tratamento clínico:

O tratamento clínico tem por objetivos aliviar os sintomas, cicatrizar as lesões da mucosa esofagiana e prevenir o desenvolvimento de complicações. Ele se baseia em medidas não farmacológicas e farmacológicas.

  • Tratamento não farmacológico: O tratamento não farmacológico diz respeito às medidas comportamentais Além das recomendações, deve-se individualizar a dieta dos pacientes, levando em consideração as queixas particulares com relação a cada alimento. Tais medidas melhoram a relação médico-paciente e aumentam a adesão ao tratamento.
  • Tratamento farmacológico: Vários fármacos podem ser utilizados no tratamento da DRGE. Atualmente as drogas de primeira escolha são os inibidores de bomba de prótons (IBP).

Tratamento cirúrgico:

O tratamento cirúrgico está indicado para os pacientes que necessitam usar a medicação ininterruptamente, os intolerantes ao tratamento clínico prolongado e nas formas complicadas da doença.

O tratamento cirúrgico consiste na confecção de uma válvula anti-refluxo gastroesofágica realizada com o fundo gástrico (fundoplicatura).

fonte: Henry MACA. Diagnóstico e tratamento da doença do refluxo gastroesofágico. arq. bras. cir. dig. 2014;27(3):210-215


O que é hérnia inguinal?

Hérnia inguinal é a saída de uma alça do intestino ou gordura abdominal através de um orifício que se formou na parede abdominal na região da virilha.






Como se formam?

Normalmente através de pressão abdominal.

A pressão provocada pelos exercícios que contraem a musculatura do abdômen, durante o esforço da evacuação, esforço no momento do parto, além de outros, como obesidade, tabagismo, doenças da próstata, do pulmão, do fígado ou coração, pois eles aumentam a pressão intra-abdominal, podendo causar hérnias.

Existem dois tipos de hérnias inguinais que ocorrem com mais frequência: a direta e a indireta.

A indireta (imagem 1) se forma pela passagem da alça intestinal para o interior da bolsa que envolve o testículo através de um ponto frágil, o anel herniário.

Já a direta (imagem 2), como o próprio nome sugere, forma-se diretamente num ponto da parede abdominal enfraquecida, que se rompe, permitindo a penetração de um segmento do intestino na bolsa escrotal.

Quais os sintomas?

Os principais sintomas da hérnia inguinal são:

  • Saliência em um ou nos dois lados da virilha;
  • Em homens, observa-se o saco escrotal inchado;
  • Desconforto ou dor, principalmente ao fazer algum esforço físico;
  • Sensação de fraqueza ou pressão na virilha.

Como é o tratamento?

O único tratamento para a hérnia inguinal é cirúrgico.

Há duas maneiras de realizar o tratamento cirúrgico da hérnia inguinal: Laparotomia (convencional) e laparoscopia


O que é hemorróida?

Hemorroida nada mais é do que o processo de inflamação e inchaço das veias que ficam localizadas na região do ânus ou do reto. As maiores causas para o aparecimento de hemorroida incluem o típico aumento de pressão nas regiões mencionadas durante o período gestacional ou a necessidade incomum do indivíduo realizar esforço exagerado ao evacuar.

Além disso, estão mais sujeitos ao aparecimento de hemorroida aqueles que não se alimentam devidamente, os que têm mais de 50 anos de idade, os obesos, os praticantes de sexo anal e os que possuem histórico familiar dessa condição.

Igualmente, resfriados persistentes, diarreias crônicas, infecções na região anal e retal e longos períodos em que o indivíduo permanece sentado se tornam fatores comuns para que a hemorroida surja ou reapareça.

Como surgem as hemorróidas?

A doença hemorroidária advém de um conjunto de fatores, e pode ser desencadeada pela constipação intestinal, fezes endurecidas e esforço evacuatório, gravidez e diarreia pois estas condições aumentam a pressão nestes vasos causando sua dilatação.

Existem tipos de hemorróidas?

Sim, existem hemorróidas classificadas como internas e externas. As hemorróidas internas são classificadas em 4 graus:

  • Hemorróida de grau I - São aquelas que nunca exteriorizam, ocasionam um sangramento vermelho vivo esporádico e na maior parte das vezes não causam sintomas.
  • Hemorróida de grau II  - Exteriorizam geralmente no ato da evacuação e retornam espontaneamente.
  • Hemorróida de grau III - Exteriorizam e necessitam ser reduzidas com o auxílio dos dedos.
  • Hemorróida de grau IV - Permanecem constantemente fora do ânus e não retornam com manobras digitais.

Qual o tratamento para hemorróidas?

O tratamento da doença hemorroidaria depende do grau de evolução da doença e de desconforto do paciente. 

As medidas higiênicas e dietéticas são efetivas na grande maioria dos casos de doença hemorroidária não avançadas mas cada caso deve ser analisado individualmente.

Em alguns casos indica-se a ligadura elástica e em outros o procedimento cirúrgico.

O que é trombose hemorroidária e como deve ser tratada?

A trombose hemorroidária é o entupimento de um vaso que se exterioriza, não se recolhe mais, incha, fica entumecido e edemaciado e provoca dor forte. Diante desse quadro, é fundamental não tentar reintroduzir as hemorroidas no ânus. Esse tipo de manobra agrava o problema. Infelizmente, muitas vezes esses casos agudos não caem nas mãos de especialistas.

Em alguns casos é necessária a cirurgia de urgência.